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CYRO  DE MATTOS
   
 





   



Além de disponibilizar alguns dos muitos livros eletrônicos do escritor grapiuna,
esta página oferece informações sobre a sua trajetória profissional.

Cyro de Mattos despontou para a literatura brasileira na década de 60 com um título emblemático – Berro de Fogo – que embora recolhido pelo autor, ressurgiu anos depois, para reafirmar um percurso vitorioso.

Publicou mais de cinquenta livros no Brasil, além de outros em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, Rússia e Dinamarca.

Leia também nesta página um artigo sobre o livro Nos tempos do trabuco, bem como algumas correspondências dirigidas a Cyro por personalidades como Jorge Amado, Curt Meier Clason, Carlos Drummond de Andrade e outros.

Os livros reunidos no site Linguagens.Ufba.Br podem ser lidos e salvos no celular, tablet ou computador no formato PDF, ou podem ser encontrados na plataforma internacional Issuu.com, reconhecida como a maior biblioteca eletrônica do mundo, com jornais e revistas para leitura gratuita.

Na Issuu, as publicações aparecem como se fossem em formato impresso, cabendo ao leitor ir passando as páginas com os dedos.

   

     

No dia 8 de abril do ano de 2021 foi realizado o lançamento
do livro Canto até hoje, de Cyro de Mattos,
de forma virtual, através de uma live da Fundação Casa de Jorge Amado.
O selo Casa de Palavras, da mesma Fundação, foi o responsável
pela edição impressa da obra e edição on line ficou a cargo
da E-Book.Br.

Para assistir a live clique no endereço abaixo.
https://youtu.be/xtKJKFjIXMo
 


   

   

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para ler clique na capa
   



 
AS CRIAÇÕES
DE ADONIAS FILHO
 
Cyro de Mattos reúne neste volume onze estudos sobre a obra de Adonias Filho. Trata-se de um dos livros mais completos sobre o conjunto de publicações do admirável autor da geração de 45. Deste modo, convém afirmar que estes ensaios constituem uma obra essencial e até mesmo indispensável tanto para o leitor culto mais exigente quanto para o estudante que necessite de um guia no processo de conhecimento da escrita exemplar do consagrado romancista grapiúna. Este livro, agora em segunda edição, disponibilizada gratuitamente pela E-Book.Br, foi originalmente publicado pela Academia Brasileira de Letras.
Coleção
Rio do Engenho, 1


 

SOBRE ESTE LIVRO
DE CYRO DE MATTOS

Entre os aspectos que mais impressionam e agradam na obra ensaística de Cyro de Mattos, destaca-se a sua capacidade de levar o leitor a uma compreensão abrangente e ao mesmo tempo aprofundada dos autores abordados.
Prosador e poeta, esse escritor grapiúna desdobra-se em criador e intérprete, tratando as obras estudadas com um rigor e uma simplicidade que não comprometem a leveza e a profundidade da sua escrita exemplar.
Os dois mais destacados romancistas da região do cacau, Jorge Amado e Adonias Filho, mereceram de Cyro de Mattos um trabalho criterioso de interpretação e crítica do conjunto das suas obras.

As criações de Adonias Filho e Os saberes na narrativa de Jorge Amado são livros essenciais, e até mesmo, indispensáveis, tanto para o leitor culto mais exigente, quanto para o estudante que necessite de um guia no processo de conhecimento destas obras.
O fato de Cyro de Matos reunir o domínio do processo de comunicação, decorrente da sua prática jornalística – exercida na imprensa do Sul do País e também da Bahia, com a intuição exemplar do criador que ele é – permite a construção de obras ensaísticas de maior abrangência. Cyro ensina não apenas aos jovens iniciantes, mas a todos nós, seus pares de ofício.
Cid Seixas



   

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NOS TEMPOS DO TRABUCO

A Coleção Teal, cujas páginas são preparadas nesta cor e em tons menos densos, reune livros eletrônicos de leitura densa e agradável.
Cyro de Mattos é um dos muitos escritores baianos da região do cacau – e um dos poucos cujo trabalho constante e associado ao necessário talento, é capaz de assegurar-lhe um lugar de destaque no quadro da Literatura Brasileira.
Este livro eletrônico intitulado Nos tempos do trabuco, com seleção, organização e notas de Cid Seixas traz quatro narrativas do premiado escritor grapiúna. Duas delas são representativas da natureza da sua escrita marcada pela brabeza que caracterizou a região cacaueira da Bahia.  
Coleção Teal, 5




CANTO ATÉ HOJE

O livro aqui disponibilizado para leitura eletrônica foi editado
em versão impressa pela Fundação
Casa de Jorge Amado (www.jorgeamado.org.br).
O volume de 800 páginas reúne
a poesia completa de Cyro de Mattos e mais artigos e outras referências à obra do autor grapiúna. Na versão eletrônica, pode-se escolher a leitura em PDF, pela E-Book.Br, clicando na capa acima. Devido a extensão deste livro, não pode ser lido na plataforma internacional ISSU, onde já figura um texto anterior do autor, Nos Tempos do Trabuco. Observe-se que o conjunto de obras de Cyro de Mattos, laureado com o Prêmio Jorge Portugal, da Fundação Cultural do Estado da Bahia, tem, principalmente, como objetivo a divulgação de eventos relacionados ao livro premiado.
Coleção
Casa de Jorge Amado



   

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do trabuco à palavra
Cid Seixas


São duas armas, uma é mortal; a outra vislumbra a imortalidade. A escolha se impõe. Vamos ao texto.

 
Cyro de Mattos é um dos muitos escritores baianos da região do cacau – e um dos poucos cujo trabalho constante e associado ao necessário talento, é capaz de assegurar-lhe um lugar de destaque no quadro da Literatura Brasileira.
 
Sua produção remonta aos emblemáticos anos sessenta, quando publicou Berro de Fogo, seu primeiro livro, ainda marcado por imperfeições e outros traços de início de uma aprendizagem. Consciente da falibilidade do artista, Cyro exclui o livro da sua bibliografia para aproveitar o conto-título e publicar, já em plena maturidade, em 1997, pela Editus e Fundação Jorge Amado, uma das suas obras clássicas: Berro de Fogo e Outras Histórias.
 
Alceu Amoroso Lima, crítico e pensador dos mais respeitados, que adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde, deu-nos um testemunho essencial para a inclusão do nome do grapiúna no quadro da literatura brasileira do século vinte:
 
“Extraordinária capacidade de dar aos aspectos mais típicos da realidade nacional, em estilo profundamente impregnado da nossa fala brasileira, a revelação de um escritor visceralmente nosso... admirável ficcionista”.
 
Convém lembrar que foi em 1968 que Cyro de Mattos viu seu nome ser incluído entre os bons contistas, quando a narrativa “Inocentes e Selvagens” – selecionada para figurar neste e-book – recebeu o Prêmio Internacional Cervantes, da Casa dos Quixotes, para autores portugueses, africanos e brasileiros de língua comum.
 
É ele quem revela, em correspondência de outubro de 2018, ao organizador deste volume:
 
– “Concorri com mais de 100 autores. Como era um concurso  expressivo na época,  lançou-me como autor de ficção curta no circuito nacional. Eu era desconhecido, estava dando os primeiros passos,  hesitantes, em minhas atividades literárias. Havia publicado Berro de Fogo, contos, livro riscado de minha bibliografia; nasceu imaturo, cheio de vícios.”
 
A atitude consciente do contista, rigoroso a ponto de abandonar um livro que não mais respondia ao rigor da sua obra, nos remete ao escritor português Miguel Torga, cujo primeiro volume das suas obras publicadas no Brasil, pela Nova Fronteira, em 1996, tive a oportunidade de fazer uma introdução crítica, por sugestão da família do autor. Como foi observado, não apenas vários contos, mas alguns livros do autor português, na sua forma original, foram reescritos repetidamente, em novas e constantes reedições. Nesse particular, o nosso Cyro de Mattos adota o procedimento do autor português da geração de presença, diferentemente do que fez o também grapiúna Jorge Amado, fundador e figura de topo do ciclo do cacau na Literatura Brasileira.
 
Amado não volta aos seus romances da juventude para reescrevê-los. Ao contrário, deixa essas obras na forma original, mesmo quando revelam uma escrita em processo de amadurecimento ou quando traduzem uma perspectiva ideológica que se modificou ao longo do tempo, especialmente ao descobrir – com traumas e assombro – as incoerências da prática comunista de Stálin, contrárias à concepção humanista e pacifista, defendida por Amado, de uma sociedade menos desigual e capaz de assegurar o respeito às diferenças.
 
Voltando ao juízo feito por Cyro de Mattos das suas narrativas, convém transcrever mais um trecho da já referida correspondência:
 
– “O conto “Os Recuados”, pungente e denso, é a história de uma mãe miserável, coitada, que mata o filho por amor, pois não suportava mais vê-lo chegar em casa bêbado. Ele bebia muito porque se via rejeitado como um índio pelos humanos, na feira. Deixo que isso seja visto nas entrelinhas.”
 
Em 1983, a Editora Tchê, de Porto Alegre, deu a lume o livro Os Recuados, de onde foi retirado o conto título, para compor este livro digital agora publicado na coleção “Teal” da E-Book.Br. Estes dois contos já citados são fundamentais na obra do autor e, coincidentemente, ouvindo-o sobre suas preferências, ele destacou as duas narrativas que ao lado de outras já tínhamos em vista para integrar este volume.
 
Surpreendentemente, para mim, Cyro de Matos destacou textos por ele intitulados de “contos de gente jovem”. O primeiro deles é “História do Galo Clarim”, que eu não conhecia e creio continuar ainda inédito, e o segundo é “O Menino e o Boi do Menino”, que completam este volume intitulado Nos Tempos do Trabuco. Esse último texto saiu em 2007 como um pequeno livro para os novos leitores infanto-juvenis, através da editora Biruta, de São Paulo.
 
Pela qualidade dessa faceta do escritor, a de autor de livros para jovens e crianças, e ainda mais pela natureza das narrativas de múltiplo alcance, isto é, capazes de interessar ao público adulto e a conquistar jovens andarilhos que se aventuram pelos caminhos da leitura, tais inclusões valorizam este e-book.
 
Embora apenas os contos “Inocentes e Selvagens” e “Os Recuados” integrem explicitamente a sangrenta temática do ciclo do cacau na Literatura Brasileira, o leitor das obras de Cyro de Mattos tende a situar esses singelos acontecimentos da infância no mesmo cenário geográfico das suas outras narrativas ficcionais, plenas de heroísmo e vilania que marcam a saga do cacau.
 
Convém observar que “Inocentes e Selvagens”, além de ter aberto espaço para esse escritor nascido em 1939, na cidade de Itabuna, veio a integrar o livro Duas Narrativas Rústicas, editado no Rio de Janeiro, em 1985, pela editora Cátedra.



 

Jorge Amado foi um dos muitos leitores privilegiados da obra desse escritor a deixar patente a admiração pela sua escrita genuinamente brasileira:

 
“Cyro de Mattos possui uma personalidade vigorosa e original, a condição humana dos personagens que surgem do seu conhecimento e da sua emoção nada tem de artificialismo... O autor de Os Brabos pisa chão verdadeiro, toca a carne e o sangue dos homens, entre sombras e abismos.”
 
Diplomado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, ele foi atraído pela força e pelo encanto da palavra escrita. Seguindo o caminho da maioria dos escritores brasileiros da região Nordeste, Cyro também se fez retirante, levando seu gibão de couro, cheio de histórias pra contar, até a antiga capital do país, o Rio de Janeiro. Para encontrar audiência, trabalhou como redator do Diário de Notícias, do Jornal do Comércio, de O Jornal e do Jornal do Brasil, de 1966 a 1971; colaborando ainda com artigos e contos na revista A Cigarra e nos Cadernos Brasileiros e Leitura, além do Suplemento Literário do Jornal do Brasil e d’O Jornal do Escritor.
 
Como o bom filho quase sempre retorna à casa paterna, o escritor Cyro de Mattos voltou a morar em Itabuna, onde exerceu a advocacia e também encontrou tranquilidade para fazer frondosa a sua obra de mil e uma facetas.
   


 

 

   
     


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Correspondências endereçadas ao escritor gapiúna
Cyro de Mattos são disponibilizadas a seguir.
Para ler clique no link em azul.



Clique na foto acima para assistir, no YouTube,
depoimento do autor ao Mar de gente.

https://youtu.be/OhUnbBpDFSw


Affonso Manta   (Carta do poeta Affonso Manta sobre o Lavrador Inventivo, de Cyro de Mattos)

Prêmio 
Críticos de Arte   (Associação Paulista dos Críticos de Arte confere o Prêmio 1992 ao autor baiano)

Carlos Drummond de Andrade    (Cartão de Drummond sobre a alegria de ler Os Brabos, de Cyro de Mattos)

Elias José    (Carta-poema de Elias José de 12.09.2002, ressaltando a maturidade poética do baiano Cyro de Mattos)

Ênio Silveira   (Carta do editor Ênio Silveira de congratulação pela obra de Cyro de Mattos publicada na Dinamarca)

Frasncisco Carvalho   (Comentário sobre Vinte poemas do rio e Cancioneiro do cacau, de Cyro de Mattos.

Fred Ellison    (O estudioso norte-americano fala do "número considerável de obras" de C. M., em Austin, Texas)

Jorge Amado    (Carta enviando cópia da apresentação do livro Os Brabos à Academia Brasileira de Letras)

Jorge Amado    (Cópia datilografada do texto de Jorge Amado sobre o livro de Cyro de Matos)

Curt Meyer-Clason   (Carta do consagrado tradutor enviando versão alemã de um dos Vinte Poemas do Rio)

Jorge Medauar   (O escritor grapiúna fala do livro de crônicas O mar na Rua Chile, de Cyro de Mattos)

M. Mestas   (Carta do estudioso francês afirmando ter sido tocado pela sensibilidade do autor brasileiro)

Stella Leonardos    (Escritora comenta o lugar do livro Os Brabos, na literatura brasileira)

Vera Abramo    (Diretora da Biblioteca Central da UFBA fala do significado de incorporar livros de C. M.)




 

   



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SOBRE CYRO DE MATTOS
 

   

Diplomado em direito, em 1962, pela Universidade Federal da Bahia, Cyro de Mattos nasceu em Itabuna, em 31 de janeiro de 1939. É filho de Augusto José de Mattos e Josefina Pereira de Mattos. 

 

No Rio de Janeiro, para onde se mudou, trabalhou como redator do Diário de Notícias, do Jornal do Comércio e de O Jornal.

 

Colaborou com artigos e contos na revista A Cigarra, nos Cadernos Brasileiros de Leitura e no Suplemento do Livro do Jornal do Brasil, também no Rio de Janeiro.

 

Posteriormente, passou a publicar na Revista da Bahia, na revista Exu, na revista Quinto Império e no Suplemento Cultural do jornal A Tarde, todos de Salvador.

 

E ainda nas seguintes publicações: Revista de Literatura Brasileira, O Escritor, (São Paulo), Jornal da Manhã (Sergipe), Rio Artes, Tribuna do Escritor (Rio de Janeiro), Literatura (Brasília), além do Minas Gerais Suplemento Literário (Belo Horizonte).

 

Clique na foto acima para assistir, no YouTube,
depoimento do autor ao Mar de gente.
 

 

LIVROS PUBLICADOS NO BRASIL

 

1.               Os Brabos, novelas, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1979.

2.               Cantiga Grapiúna, poesia, Edições GRD, São Paulo, 1981.

3.               No Lado Azul da Canção, poesia, Editora Cátedra, Rio, 1984.

4.               Lavrador Inventivo, poesia, Editora Cátedra, Rio, 1984.

5.               Duas Narrativas Rústicas, ficção, Editora Cátedra, Rio, 1985.

6.               Os Recuados, contos, Editora Tchê!, Porto Alegre, 1987.

7.               Viagrária, poesia, Roswitha Kempf Editores, São Paulo, 1988.

8.               O Menino Camelô, infantil, Atual Editora, São Paulo, 1991.

9.               Palhaço Bom de Briga, infantil, Editora L&PM, Porto Alegre, 1993.

10.         O Circo do Cacareco, infantil, Atual Editora, São Paulo, 1998.

11.         O Mar na Rua Chile, crônicas, Editus (UESC), Ilhéus, Bahia, 1999. Finalista do Jabuti.

12.         Cancioneiro do Cacau, poesia, Ediouro, Rio, 2002. Finalista do Jabuti.

13.         Os Enganos Cativantes, poesia, Fundação Cultural do Estado da Bahia, Salvador, 2002.

14.         Vinte Poemas do Rio, português-inglês, Editus, Editora da UESC, Ilhéus, Bahia, 2003.

15.         Canto a Nossa Senhora das Matas, poesia, português-alemão, Fundação Casa de Jorge Amado, Salvador, 2004.

16.         O Goleiro Leleta, infanto-juvenil, Editora Saraiva, São Paulo, 2005.

17.         De Cacau e Água, poesia, Edições Macunaíma, Salvador, 2006.

18.         Alma Mais que Tudo, poesia, Editora LGE, Brasília, 2006.

19.         Poemas Escolhidos, Editora Escrituras, São Paulo, 2007.

20.         O Menino e o Boi do Menino, infantil, Editora Biruta, São Paulo, 2007.

21.         O Menino e o Trio Elétrico, infantil, Atual Editora, São Paulo, 2007.

22.         Roda da Infância, novela, Editora Dimensão, Belo Horizonte, 2009.

23.         Histórias do mundo que se foi, Editora Saraiva, São Paulo, 2009.

24.         O Velho Campo da Desportiva, crônicas, Editora LGE, Brasília, 2010.

25.         Vinte e Um Poemas de Amor, Dobra Editorial, São Paulo, 2011.

26.         Lorotas, Caretas e Piruetas, infantil, Editora RHJ, Belo Horizonte, 2011.

27.         Natal das Crianças Negras, narrativa, livro. Com Editora, Lauro de Freitas, Bahia, 2012.

28.         Berro de Fogo e Outras Histórias, Editus, Ilhéus, Bahia, 2013.

29.         Ecológico, poesia, EDUNEB, Salvador, 2013.

30.         Onde Estou e Sou, poesia, português-espanhol, Editora LER, Brasília, 2013.

31.         Um Grapiúna em Frankfurt, crônicas, Dobra Editorial, São Paulo, 2013.

32.         A Casa Verde e Outros Poemas, Editora Mondrongo, Itabuna, Bahia, 2014.

33.         O Que Eu Vi por Aí, infantil, Editora Biruta, São Paulo, 2014.

34.         Oratório de Natal, infantil, Editora Duna Dueto, São Paulo, 2014.

35.         Os Ventos Gemedores, romance, Editora Letra Selvagem, Taubaté, São Paulo, 2014.

36.         Fissuras e Rupturas: Verdades, contos, Editora Via Litterarum, Ibicaraí, Bahia, 2015.

37.         Poemas da Terra e do Rio, português-inglês, Editora Via Litterarum, 2015.

38.         O Circo no Quintal, infantil, Editora Via Litterarum, 2015.

39.         Minha Feira Tudo Tem Como Onda Vai Vem, infantil, Editora Via Litterarum, 2015.

40.         Minha Turma Agora Dorme, infantil, Editora Via Litterarum, 2015.

41.         A Anotação e a Escrita, ensaio, Via Litterarum, 2016.

42.         O Velho e o Velho Rio, contos e novelas, Editora Escrituras, São Paulo, 2016.

43.         Todo o Peso Terrestre, contos, Editora Mondrongo, Itabuna, 2017.

44.         As Criações de Adonias Filho, ensaio, Publicações da Academia Brasileira de Letras, Rio, 2017.

45.         Nos Tempos do Trabuco, contos. E-Book.Br, Salvador, 2018.

46.         Histórias de Encanto e Espanto, Editora Penalux, São Paulo, 2019.

47.         Poemas de Terreiro e Orixás, Edições Mazza, Belo Horizonte, 2019.

48.         Canto até hoje, poesia reunida, Salvador, Fundação Casa de Jorge Amado, E-Book.Br, 2020.

49.         Infância com bicho e pesadelo e outras histórias, edição da Academia de Letras da Bahia e Assembleia Legislativa da Bahia, Salvador (no prelo).

50.         Prosa e Poesia no Sul da Bahia, um testemunho crítico, ensaio, Editora Via Litterarum, Ibicaraí, Bahia (no prelo).

51.         Nada Era Melhor, romance da infância, Editus, editora da UESC, Ilhéus, Bahia (no prelo).

52.         Pequenos Corações, contos, Editus, editora da UESC, Ilhéus, Bahia (no prelo).

 

PUBLICAÇÕES NO EXTERIOR

 

1.               Vinte poemas do rio, edição inglês-português, tradução de Manuel Portela, Editora Palimage, Coimbra, Portugal, 2005.

2.               Ecológico, antologia, Editora Palimage, Coimbra, Portugal, 2006.

3.               Poetry, tradutor Fred Ellison. In ”The Dirty Goat”, nº 17, editores Joe Bratcher e Elzbieta Szoka, Host Publications, Austin, Texas, USA. 2007.

4.               Poesie della Bahia/Poesia da Bahia, antologia, bilíngüe, tradução de Mirella Abriani, Editora Runde Taarn, Varese, Itália, 2008.

5.               Zwanzig Gedichte von rio und andere Gedichte, antologia, tradução de Curt Meyer Clason, Projekte-Verlag, Halle, Alemanha, 2009.

6.               Canti della terra e dell’acqua/Cantos da terra e da água, antologia, tradução de Mirella Abriani, Editora Romar, Milão, Itália, 2010, Prêmio Internacional Leodegário Azevedo Filho da União Brasileira de Escritores, Rio de Janeiro, 2010.

7.               De tes instants dans le poème/De teus instantes no poema, antologia, tradução de Pedro Vianna, Editions du Cygne, Coleção Poesia do Mundo, Paris, 2012, Prêmio Internacional Jean Paul Mestas da União Brasileira de Escritores, Rio de janeiro, 2013.

8.               Il bambino e il trio elétrico, tradução de Mirella Abriani, Editora Romar, Milão, Itália, 2013. Premio Maria Alice de Lucas da União Brasileira de Escritores, Rio de Janeiro, 2008.

9.               Vinte e um poemas de amor, Editora Palimage, Coimbra, Portugal, 2013.

10.         Poemas ibero-americanos, Palimage, Portugal, 2016.

11.         Poesie brasiliane della Bahia, tradução de Mirella Abriani, Editore Aracne, Roma, 2017.

12.         Donde estoy y soy, tradução de Alfredo Pérez Alencart, Editorial Verbum, Madri, 2017.

13.         Il bambino camelô, tradução de Antonella Rita Roscili, Editora Aracne, Roma, 2018. Premio Associação Paulista dos Críticos de Arte, 2001.

14.         Natale dei Bambini Neri, racconto, tradução de Mirella Abriani, Editora Aracne, Roma, 2018.



 
        



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OS RECUADOS

Ciro de Mattos


– A senhora tinha parentesco com a vítima?

– Mãe.

– Quantos anos a vítima tinha?

– Trinta e seis.

– A senhora tem outros filhos?

– Oito e mais três netos que vivem comigo.

– A vítima morava com a senhora?

– Desde que nasceu e por último quando conseguiu fugir do sanatório.

– A vítima ocupou as funções de guarda-noturno durante alguns anos. Recebia algum provento? Era auxiliado por alguém?

– Era eu quem sustentava ele.

– Qual a sua profissão?

– Sei fazer cesto e esteira. Vendo aos sábados na feira, junto com umas coisas miúdas, pente, carretel, agulha, alfinete, botão, fita, espelhinho  e perfume.

– A vítima bebia muito?

– Só não fazia isso quando estava com o apito na boca, aquele maldito apito que tinha vez que ele ficava a noite toda soprando. Era aquela aflição dentro de casa que aumentava ainda mais com os gritos dos vizinhos. Parecia que aquele inferno todo nunca ia terminar.

– Quem dava dinheiro à vítima para beber?

– O povo da rua e uns  conhecidos lá do bairro.

– Quando foi que a senhora resolveu dar formicida à vítima?

– O remédio?

– Remédio! A senhora não sabia que era veneno?

– Eu comprei o pacote no armazém pela manhã. Tinha ido comprar café e um pouco de açúcar.

A mulher parou um pouco e continuou.

– Eu disse a ele que aquilo era um remédio pra abreviar seus sofrimentos, que ele bebesse logo pra ter um sono tranquilo.

– Parou novamente, fez um esforço e continuou.

– Ele estava muito bêbado, com barba e cabelo grande, o rosto todo ferido. Ele tinha aparecido na sala com uma corda de cebola na cabeça e um ramo de flores murchas no bolso do paletó velho. Ele andava muito sujo, maltrapilho.
Com certo tremor:

– Parecia um bicho.

– A senhora não tinha outro jeito de abreviar o sofrimento de seu filho?

– Não tinha. Não suportava mais vendo ele todo dia dormir na sarjeta e chegar bêbado em casa.

Correram murmúrios entre as pessoas que se comprimiam na sala.

– A senhora comprou o formicida para matá-lo?

– Não. Pra matar formiga e barata.

– Como a senhora conseguiu que a vítima  bebesse o formicida?

– Ele tomou o remédio com guaraná.

– A vítima relutou em tomar o veneno?

– No princípio.

– E depois?

Uma careta desenhou-se no rosto da mulher, rompeu a crosta e se formou de uma maneira sofrida.  E, num tom baixo, ela prosseguiu.

– Depois eu abri a boca dele pra que o remédio fosse bebido, pra descer depressa na garganta e acabar de vez com o sofrimento dele.

O juiz recuou um pouco na cadeira. Uma sensação de mal-estar percorreu os cantos da sala.  O juiz passou o lenço no rosto.

– Qual a quantidade de veneno que a senhora deu à vítima?

– A garrafa toda.

– Ele morreu logo?

– Instante depois.

– A senhora não se arrependeu do que fez?

– Sim.

– A senhora não sabia que estava dando veneno a seu filho?

– Eu já estava desesperada. Sofria muito vendo ele viver como um bicho... pior que um bicho...

Com a cabeça caída para frente.

– Ele era meu filho... mas na hora, doutor, eu só pedia a Deus que levasse ele.

Depois a sala permaneceu vazia, mergulhada naquele silêncio somente cortado pelo zumbido das moscas.  Raios de uma manhã  abafada sobrevieram e fundiram os elos de uma corrente que se rompera numa estrutura sólida, feita no duro clamor de uma voz que se tornara impotente ante os dias neutros.  Houvera sempre uma condição de abandono, queda, cimento frio, que atingira o ponto máximo  no amálgama de seus angustiantes tecidos.  A sala no absoluto silêncio.

A mulher foi recolhida ao cubículo que servia como cela nos fundos do prédio onde funcionava o fórum da cidadezinha.

Ela transpirou tremores misturados com cinzas. Minutos passaram num ritmo que feria quando começavam a lembrar-lhe o que tinha de ser.

Existiram suspiros fundos dentro do cubículo quase sem luz. Até que chegou uma brisa para envolvê-la com ondas ligeiras, trazendo certo alívio no peito que não parava de gemer. A brisa permanecia no rosto sob a pele enrugada, em carícia de lenço. Soprava nos olhinhos de sagui, que piscavam nervosos. Vermelhos e úmidos.

 
(Conto do livro Os Recuados, Prêmio Nacional Jorge Amado do Centenário de Ilhéus e Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro – Menção honrosa.)



 

   




O Autor e a crítica

Umberto Eco

Conhecer Pessoa


Correspondências

Alguns poemas


Cassiano Ricardo, Bopp e...


Euclides Neto







Este site foi construído e disponibilizado
 
no mês de outubro de 2016. Última atualização desta página: junho de 2022.
cidseixas@yahoo.com.br


   
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